22.8.12

- Resposta

Então vez ou outra sou alvo do questionamento de sempre "quem sou" e "como faço isso". A realidade é que eu dependo de um contexto, de uma liberdade, de uma confiança para ser totalmente essa aqui. As pessoas ao entorno são as responsáveis por despertarem a espontaneidade ou a repreenderem, por isso tenho admiração àqueles que extraem o melhor da minha essência em tão pouco tempo; dos que arrancam-me risos sinceros com qualquer comentário incoerente (e não daquele sorriso por educação em meio a uma piada forçada). Existem boas companhias que despertam a intimidade, e essa pessoa saberá que em certo momento eu posso ser a menina tímida e reservada vestindo um jeans e, num outro posso ser aquela no centro da pista de dança.
Por fim, posso ser a melhor ouvinte do mundo, ou aquela que vai esquentar seus ouvidos por horas; tudo depende do que você desperta em mim, e de como faz isso. Posso ter o riso frouxo ou ficar séria por horas a fio. A minha reação só depende da sua atitude.

17.6.12

- um velho e-mail

“Não pretendemos que as coisas mudem se sempre fazemos o mesmo. A crise é a melhor benção que pode ocorrer com as pessoas e países, porque a crise traz progressos. A criatividade nasce da angústia, como o dia nasce da noite escura. É na crise que nascem as invenções, os descobrimentos e as grandes estratégias. Quem supera a crise, supera a si mesmo sem ficar "superado". Quem atribui à crise seus fracassos e penúrias, violenta seu próprio talento e respeita mais aos problemas do que as soluções. A verdadeira crise é a crise da incompetência. O inconveniente das pessoas e dos países é a esperança de encontrar as saídas e soluções fáceis. Sem crise não há desafios, sem desafios, a vida é uma rotina, uma lenta agonia. Sem crise não há mérito. É na crise que se aflora o melhor de cada um. Falar de crise é promovê-la, e calar-se sobre ela é exaltar o conformismo. Em vez disso, trabalhemos duro. Acabemos de uma vez com a única crise ameaçadora, que é a tragédia de não querer lutar para superá-la”. 
Albert Einstein

25.5.12

- Destino

"E a gente rema, rema, rema e, sem perceber, 
já não sabe mais pra onde ir. Só sabe remar." 
D. Bovolento

23.5.12

- Por hoje

Então eu direciono meus esforços a projetos que serão de fato certeza de resultados.
Comportamento que, em silêncio, acaba por acusar-me de covarde e fujona.
Assim vou vivendo os momentos que me acalentam a alma e me moldam a matéria;
mas só estarei bem enquanto o sentimento de impotência mantém-se longe.
Do contrário, mancho o chão, molho as toalhas, agarro a almofada e somente sobrevivo.
Tudo isso porque vivo um dia de cada vez, esperando o próximo passo.

11.5.12

- Não basta existir

Não basta existir, é preciso viver. E viver é muito mais que existir.

Viver implica aprender e, para ser aprendiz, é preciso humildade para reconhecer a própria ignorância.

Viver implica educar-se para o amor, e, amando e amado, experimentar a angústia de saber-se iluminado sem sentir-se luz, vivenciando as dores e as venturas de sentir-se completo sem poder ser pleno.

Viver implica movimento. E não há movimento sem esforço e atrito.
A vida é dinâmica, jamais se estanca. Vibra serena e sem pressa, embora nunca pare para esperar quem ignore seu ritmo.

Para existir, basta estar. Para viver, é preciso ser, por inteiro. E para viver, ainda que existindo, é preciso ser estar e estar, num ser único.

Viver implica acreditar-se imortal e eterno, mesmo sabendo que nada é permanente.

Viver implica progredir, ir adiante, avançar. 

Viver é existir de todas as formas e em todas as dimensões, amando cada uma delas.

Para viver, não basta ver, ouvir, pensar e falar, pois estas são manifestações da existência. Para viver, é preciso sentir, mergulhar em si mesmo e sair, novamente, para observar-se sem paixão.

Viver implica iluminar-se e, sob a luz da própria consciência, apontar os próprios defeitos e limites.

Viver implica assumir a responsabilidade pelos próprios atos, transformando-os todos em gestos de amor e compaixão.

Viver implica conhecer-se, profundamente, e, ciente de si, deixar de enganar-se, trabalhando para mudar aquilo que não está bem.

Viver implica reconhecer, no universo, o próprio lar; nas humanidades cósmicas, a própria família; na criação infinita, o próprio berço; e na natureza a própria saúde e o único sustento.

Não há vida sem troca, não há troca sem perdas, não há perdas sem ganhos, não há ganhos sem lutas, não há lutas sem dor, não dor sem razão; e não razão fora da vida.

Viver é muito mais que existir, mas ninguém aprende a viver plenamente sem existir, muitas vezes, de muitas maneiras.

Viver é transcender o que se pensa saber da vida, para assimilar-lhe a verdadeira sabedoria.

Viver implica arriscar-se. E o maior risco é errar.

Mas viver também implica estar certo. E a maior certeza é a de que, a cada erro, mais se pode aprender.

Para existir basta ter sangue nas veias e ar nos pulmões. Para viver, no entanto, é preciso sangrar e sufocar-se de tanto amor.

Na existência, há apenas meias verdades e grandes mentiras, enquanto a vida no conduz ao coração da única verdade absoluta.

Viver é manifestar-se sem tempo ou espaço; é ser fogo ardendo sempre, sem se queimar; é verbo que não se conjuga, apenas se pratica; é palavra que não se define, apenas se diz; é conceito que não se explica, apenas se vive.

Viver é estar no todo, sendo tudo, sem nunca esgotar-se.

Quem vive, canta por dentro, a despeito do silêncio exterior. Quem vive, existe em todos os lugares, sem pertencer a nenhum. Quem vive, busca, em si mesmo, o que deseja para o seu caminho e, quando encontra, volta a buscar.

Quem vive, não vê morte, apenas transformação; não morre, transmuta-se para a vida; não nasce, apenas passa pela morte para viver. 

Viver é ir mais, mudar sempre, virar-se e revirar-se, buscar o próprio avesso, sem saber onde fica o direito.

Viver é enxergar a luz, mesmo nas sombras, e criar luz nas próprias trevas. 

Viver é expandir a própria existência para além dos limites imaginados.

Viver é doar-se, sem pedir; é ceder, sem resistir; é entregar-se, sem recear.

Quem vive, renasce um novo ser todos os dias.

Quem vive, tem a própria existência traçada a lápis e recria o próprio destino, minuto a minuto, com a borracha da sabedoria e do perdão.

Quem vive, não sabe o caminho ou quando chegará, para sabe para onde está indo.

Quem vive, continua na morte e recria-se ao nascer, sabendo que é preciso morrer para nascer e é preciso existir para morrer.

Viver é ter na própria consciência uma única história, representada por milhares de faces, nomes, episódios de milhares de existências.

Para viver, não basta existir, pois existir é pouco para um ser que nasceu para ser Deus.

Por: Maísa Intelisano 

3.5.12

- Refúgio

Minha cabeça me diz que eu sonho alto demais, meu coração que é só o começo.

20.4.12

- Um novo começo


[...]Mas o começar de novo não se transforma em um sentimento de inconstância, de falta raízes?

A impermanência é uma das principais marcas de nosso tempo. Tudo muda muito rápido, e quem aceita essa realidade e consegue exercitar sua capacidade de adaptação, já sai com vantagens. De certa forma, quando acordamos na manhã de cada dia, começamos de novo nossa vida.

Às vezes começamos pouca coisa de novo, e damos continuidade ao que já fazíamos, mantendo a rotina e construindo estabilidade. Mas, às vezes acordamos de manhã e estamos em um novo lugar, ou iniciamos em um novo emprego, ou viramos a cabeça e vemos uma nova pessoa no travesseiro ao lado. Sempre começamos de novo, o que varia é a intensidade.[...]


Por: Eugênio Mussak 

- Fracasso e Sucesso

"Se és homem, ergue os olhos para admirar os que empreenderam coisas grandiosas,

ainda que hajam fracassado".
(Sêneca)

"O segredo para o sucesso é fazer as coisas comuns
incomumente bem".
(John D. Rockefeller Jr.)



É preciso discernimento para reconhecer o fracasso, coragem para assumi-lo e divulgá-lo e sabedoria para aprender com ele.

O fracasso está presente em nossa vida, em seus mais variados aspectos. Na discussão fortuita dos namorados e na separação dos casais, na falta de fé e na guerra santa, na desclassificação e no lugar mais baixo do pódium, no infortúnio de um negócio malfeito e nas conseqüências de uma decisão inadequada.

Reconhecer o fracasso é uma questão de proporção e perspectiva. Gosto muito de uma recomendação da Young President s Organization segundo a qual devemos aprender a distinguir o que é um contratempo, um revés e uma tragédia. A maioria das coisas ruins da vida são contratempos. Reveses são mais sérios, mas podem ser corrigidos. Tragédias, sim, são diferentes. Quando você passar por uma tragédia, verá a diferença.

A história e a literatura são unânimes em afirmar que cada fracasso ensina ao homem algo que necessita aprender; que fazer e errar é experiência enquanto não fazer é fracasso; que devemos nos preocupar com as chances perdidas quando nem mesmo tentamos; que o fracasso fortifica os fortes.

Pesquisa da Harvard Business Review aponta que um empreendedor quebra em média 2,8 vezes antes de ter sucesso empresarial. Por isso, costuma-se dizer que o fracasso é o primeiro passo no caminho do sucesso ou, citando Henry Ford, o fracasso é a oportunidade de se começar de novo inteligentemente. Daí decorre que deve ser objetivo de todo empreendedor errar menos, cair menos vezes, mais devagar e não definitivamente. 

Assim como amor e ódio são vizinhos de um mesmo quintal, o fracasso e o sucesso são igualmente separados por uma linha tênue. Mas o sucesso é vaidoso, tem muitos pais, motivo pelo qual costuma ostentar-se publicamente. Nasce em função do fracasso e não raro sobrevive às custas dele - do demérito de outrém. Por outra via, deve-se lembrar que o sucesso faz o fracasso de muitos homens...

Já o fracasso é órfão e tal como o exercício do poder, solitário. Disse La Fontaine: "Para salvar seu crédito, esconde sua ruína". E assim caminha o insucesso, por meio de subterfúgios. Poucos percebem que a liberdade de fracassar é vital se você quer ser bem sucedido. Os empreendedores mais bem sucedidos fracassaram repetidamente, e uma medida de sua força é o fato de o fracasso impulsioná-los a alguma nova tentativa de sucesso. É claro que cada qual é responsável por seu próprio naufrágio. Mas quando o navio está a pique cabe ao capitão (imagine aqui a figura do empreendedor) e não ao marujo tomar as rédeas da situação. E, às vezes, a única alternativa possível é abandonar, e logo, o barco, declinando da possibilidade de salvar pertences para salvar a tripulação. Nestes casos, a falência purifica, tal como deitar o rei ante o xeque-mate que se avizinha. 

O sucesso, pois, decorre da perseverança (acreditar e lutar), da persistência (não confundir com teimosia), da obstinação (só os paranoicos sobrevivem). Decorre de não sucumbir à tentação de agradar a todos (gregos, troianos e etruscos). Decorre do exercício da paciência, mais do que da administração do tempo. Decorre de se fazer o que se gosta (talvez seja preferível fracassar fazendo o que se ama a atingir o sucesso em algo que se odeia). Decorre de fabricar o que vende, e não vender o que se fabrica (dizem que qualquer idiota é capaz de pintar um quadro, mas só um gênio é capaz de vendê-lo). Decorre da irreverência de se preparar para o fracasso, sendo surpreendido pelo sucesso. Decorre da humildade de aceitar os pequenos detalhes como mais relevantes do que os grandes planos. Decorre da sabedoria de se manter a cabeça erguida, a espinha ereta, e a boca fechada.

Finalizo parafraseando Jean Cocteau: Mantenha-se forte diante do fracasso e livre diante do sucesso.


Por: Tom Coelho

2.4.12

- PS.:

Um "obrigada" sincero àqueles que não me questionam quem sou, mas se propõem a descobrir por si só.

28.3.12

"Escrevo aqui no presente para que no futuro seus olhos possam lembrar de mim, quando sua mente me esquecer" Bob Marley

- possibilidades, expectativas, planos

Sinceramente, a qualquer resquício de possibilidade já me passam planos pela mente; é como se tudo fosse se solidificando antecipadamente aqui, na minha cabeça. E quando eu tenho tudo já muito bem estruturado, as expectativas adormecem, surgem novas possibilidades.
Então sinto-me perdida, com meus antigos planos congelados, me vejo no dever de criar outras expectativas; que abrangem outras possibilidades e concretizam novos planos.
Pode-se dizer, assim, que essas são as três palavras que me movem, atormentam e motivam concomitantemente. 

23.3.12

- Tempo livre

A questão do tempo livre - o que as pessoas fazem com ele, que chances eventualmente oferece o seu desenvolvimento - não pode ser formulada em generalidade abstrata. A expressão, de origem recente - aliás, antes se dizia ócio, e este era um privilégio de uma vida folgada e, portanto, algo qualitativamente distinto e muito mais grato - opõe-se a outra: à de tempo não-livre, aquele que é preenchido pelo trabalho e, poderíamos acrescentar, na verdade, determinado de fora.

O tempo livre é acorrentado ao seu oposto. Essa oposição, a relação em que ela se apresenta, imprime-lhe traços essenciais. Além do mais, muito mais fundamentalmente, o tempo livre dependerá da situação geral da sociedade. Mas esta, agora como antes, mantém as pessoas sob um fascínio. Decerto, não se pode traçar uma divisão tão simples entre as pessoas em si e seus papéis sociais. (...) Em uma época de integração social sem precedentes, fica tão difícil estabelecer, de forma geral, o que resta nas pessoas, além do determinado pelas funções. Isso pesa muito sobre a questão do tempo livre. Mesmo onde o encantamento se atenua e as pessoas estão ao menos subjetivamente convictas de que agem por vontade própria, isso ainda significa que essa vontade é modelada por aquilo de que desejam estar livres fora do horário de trabalho.

A indagação adequada ao fenômeno do tempo livre seria, hoje, esta : "Com o aumento da produtividade no trabalho, mas persistindo as condições de não-liberdade, isto é, sob relações de produção em que as pessoas nascem inseridas e que, hoje como antes, lhes prescrevem as regras de sua existência, o que ocorre com o tempo livre?" (...) Se se cuidasse de responder à questão sem asserções ideológicas, tornar-se-ia imperiosa a suspeita de que o tempo livre tende em direção contrária à de seu próprio conceito, tornando-se paródia deste. Nele se prolonga a não-liberdade, tão desconhecida da maioria das pessoas não-livres como a sua não-liberdade em si mesma. Podemos esclarecer isso de maneira simples por meio da ideologia do hobby. Na naturalidade da pergunta sobre qual hobby se tem, está subentendido que se deve ter um, provavelmente também já escolhido de acordo com a oferta do negócio do tempo livre. Liberdade organizada é coercitiva: "Ai de ti se não tens um hobby, se não tens ocupação para o tempo livre! Então tu és um pretensioso ou antiquado, um bicho raro, e cais em ridículo perante a sociedade a qual te impinge o que deve ser o teu tempo livre." Tal coação não é, de nenhum modo, somente exterior. Ela se liga às necessidades das pessoas sob um sistema funcional. No camping - no antigo movimento juvenil, gostava-se de acampar - havia protesto contra o tédio e o convencionalismo burguês. O que os jovens queriam era sair, no duplo sentido da palavra. Passar a noite a céu aberto equivalia a escapar da casa, da família. Essa necessidade, depois da morte do movimento juvenil, foi aproveitada e institucionalizada pela indústria do camping. Ela não poderia obrigar as pessoas a comprar barracas e motor homes, além de inúmeros utensílios auxiliares, se algo nas pessoas não ansiasse por isso; mas a própria necessidade de liberdade é funcionalizada e reproduzida pelo comércio; o que elas querem lhes é, mais uma vez, imposto. Por isso, a integração do tempo livre é alcançada sem maiores dificuldades; as pessoas não percebem o quanto não são livres lá onde mais livres se sentem, porque a regra de tal ausência de liberdade lhes foi abstraída.

T. W. Adorno. Palavras e sinais, modelos críticos 2. Maria Helena Ruschel (Trad.) Petrópolis: Vozes, 1995, p. 70-82 (com adaptações).

15.3.12

- necessidades

Segundo Maslow, a estrutura conceitual da motivação humana foi determinada a partir da elaboração da teoria da hierarquia das necessidades básicas em 1954. Com base nesta teoria, o ser humano traz dentro de si cinco categorias hierarquizadas de necessidades: necessidades fisiológicas, segurança, amor, estima e auto-realização. 



E você, qual a sua necessidade mais urgente hoje?

-

Mais umas imagens e palavras que me impedem de terminar o dia. Lembro que aquelas palavras espontâneas que tive ainda a pouco sumiram. Isso acontece sempre; levanto-me em disparada na vontade de compartilhar minhas traduções de pensamento, mas basta aprontar-me a digitar que as palavras vão-se embora.
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Posso tentar lembrar aos poucos: pensava em mim menina, quando guardava meus medos e receios de tantas coisas; aquela quietude de sempre. Então vieram as definições de prioridade, palavra que me assombra todos os dias, todos os telefonemas e torpedos.
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Prioridade
meu desejo era que tudo que não a fosse, entrasse num congelador, para que quando eu a tivesse conquistado, retomasse tudo de volta.
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Agora entro num novo "projeto", minha vida é assim, elaboro mil objetivos que me tomem anos ou a vida inteira. Mas lembrem-se: são apenas projetos.
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O que de fato eu pensava era algo gozado, como se minha mente amadurecesse três vezes mais rápido do que o corpo e dez vezes mais que o rosto (no qual ainda me dão quinze!).

4.3.12


"Não que a vida 
Esteja assim tão boa
Mas um sorriso ajuda a melhorar"

3.3.12

- chuva de verão

Queria tanto que a cura pra tudo isso fosse um remédio ou uma injeção.. queria de volta aquela sensação que já tive por duas vezes, e que serão inesquecíveis.
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Gostaria ainda de passar uma estadia naquela redoma de vidro a qual permaneci por uns tempos. Pelo menos, até reconstruir meu orgulho.
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Ouço a chuva lá fora e só penso em dar um "mergulho", queria mesmo é que ela carregasse todos esses maus sentimentos que me tomam.
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Sei que ainda estou jovem, mas sei também que a confiança que temos em nós mesmos é fundamental para que possamos seguir adiante. E a cada "não" que se recebe, é como se essa confiança fosse destroçada, e deixasse meu coração em pedaços.
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O complicado é encontrar coragem para receber uma outra resposta negativa, mesmo que a primeira nos possa fazer retomar a auto-confiança.
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E por tudo isso, percebi algo que destrói tanto meu coração quanto a mente. 

- rascunho

É aí que eu percebo; são mais um daqueles paradoxos intermináveis.
Ao mesmo tempo em que tenho verdadeira paixão à dificuldade, posso demonstrar-me arrasada ao decepcionar-me comigo mesma.
O desafio de alcançar algo tão longínquo me mantém motivada, mas ainda assim, certos quesitos são meu ponto fraco exato.
Posso ser tão inabalável quanto sensível. O difícil mesmo é levantar quando se quebram seus alicerces, quando é atingido seu "calcanhar". Um rompante louco me dá, uma overdose excitante de adrenalina; que é congelada por toneladas de repressões.
A repressão pior é a minha, sou sua eterna vítima. Quem sabe eu possa aprender a lhe dar com ela, a lhe dar comigo.
Fim. Já me livrei do que me atormentava... vou dormir em paz.

- fotografia

Quando a cabeça tranforma-se num turbilhão de pensamentos.. e então, não queremos mais nada, além de fugir daqui.
Assim, existe um lugar que nos faz o mal extremo, aquele lugar que deveria acolher e resguardar é nosso pior inimigo, depois de nós mesmos.
Pior ainda quando você procura ao lado, e percebe que todos os poucos laços que você cultivou ao longo da vida estão sendo destruídos, sucessivamente; em sua maioria por você mesmo, baseado atitudes propositais ou não.
É aí que você se depara na ausência de qualquer significado seu. Você quer correr, fugir de tudo e de todos, simplesmente porque alguns te fazem mal.
Então, você procura as pessoas das fotografias, e percebe que elas não estão mais lá, assim como os laços e as promessas.
Sim, você está sozinho, sua individualidade é incompatível com a dificuldade de lhe dar das outras pessoas.

2.3.12

"Guardar", de António Cícero

Guardar uma coisa não é escondê-la ou trancá-la.
Em cofre não se guarda coisa alguma.
Em cofre perde-se a coisa à vista.
Guardar uma coisa é olhá-la, fitá-la, mirá-la poradmirá-la, isto é, iluminá-la ou ser
por ela iluminado.
Guardar uma coisa é vigiá-la, isto é, fazer vigília
porela, isto é, velar por ela, isto é, estar acordado por ela,isto é,
estar por ela ou ser por ela.
Por isso melhor se guarda o vôo de um pássaro
Do que um pássaro sem vôos.
Por isso se escreve, por isso se diz, por isso se publica,por isso se declara e declama um poema:
Para guardá-lo:
Para que ele, por sua vez, guarde o que guarda:
Guarde o que quer que guarda um poema:
Por isso o lance do poema:
Por guardar-se o que se quer guardar.

- Bon soir

Bem, o fato é que ainda pouco iria dormir. Então lembrei-me do quanto está cedo e, ainda de livrar minha mente dos pensamentos densos que a constituem; só assim, finalmente, irei dormir com os anjos.

Realmente, os pensamentos que me assolam condizem com minha insegurança. O fato de buscar uma realização apenas quando as outras já tiverem sido alcançadas.

Em meio a momentos levemente angustiantes, pude perceber que o receio de priorizar algo que não merece o ser - não no momento - estaria me martirizando.

A solução pra isso? Bem, é a questão dos setores, lembram-se? De fato, não darei uma solução, até porque não a tenho, mas com certeza seguirei dando prioridade àquilo que me traga os sonhos mais urgentes. Enquanto ao resto? isso pode esperar.

15.2.12

- lágrimas

Hoje talvez veja graça, que o que há tempos me fazia chorar hoje me proporciona risos e horas de adrenalina e prazer. Também o que há tempos me motivava sonhar e lutar, hoje me desperte aquelas lágrimas. Definitivamente, a felicidade plena requer cuidados em diversos setores de nós mesmos.
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Hoje vejo mais graça ainda, isso num setor adormecido, aquele que nunca me causou lágrimas e tampouco grandes felicidades ou sonhos. Quem sabe um dia aprendo a conciliar o grande trio que me constitui.

- Sem rumo

A todo esse tempo que me reservei o direito de ficar em silêncio, estava aprendendo a tratar de outra parte de mim.
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Agora me vejo assim, sem rumo. Sinto-me repleta de total incerteza, ora boa; devido às mudanças que estão por vir, ora angustiante; por não saber o que será daqui em diante.
Um leque de opções é o que me passa dia após dia, fico sem saber por onde me guiar; a onde destinar minha perseverança.
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Isso porque talvez não saiba de fato o que quero, apenas o que não quero.
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E além disso, vejo que minha melhor qualidade desperta o pior dos meus defeitos: ao realizar algo que me comprometi; o faço da melhor forma que se pode fazer, é isso que sempre me impossibilitou conciliar comprometimentos. Mas me ensinaram um dia a sempre que assumir um defeito, dizer o que está fazendo para buscar a solução, e eu estou, no momento, brincando de conciliar o corpo com a mente.
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