23.4.10

- Quase sonhos

Necessito confessar, aquele tempo em que conseguia a presença do sono sem a presença de meus pensamentos mais chulos se passou.

Hoje faço a solicitação de alguns prováveis desejos, reconhecendo que os impossibilito a cada pensamento.

Me angustia saber que meus quase sonhos poderiam ser invadidos, repreendidos. Ainda assim, são meu sonífero natural.

- Segurança

Ao fazer simples escolhas.. um lugar, uma posição minha, percebo facilmente uma daquelas características. Uma que não me atormenta, não me culpa.. apenas me distingue.

Decido-me ficar entre uma segurança e uma insegurança.

Uma parede e um companheiro.

É estranho, como algo tão curioso pode fazer com que me sinta tão protegida.. paralelamente, como alguém tão amável pode fazer com que eu mesma sinta-me tão vulnerável. O equilíbrio de que preciso, estava tão inalcançável e ao mesmo tempo tão frágil..

Então, lembro-me os capazes de me fazerem segura.. na verdade, lembro-me de alguém? Ou apenas de um sentimento vazio que poderia ter sido preenchido (mas não deveria!). Na verdade, sei apenas sobre aqueles que me permitiram os guardar, ou mesmo que não permitiram...

Mesmo que fosse errado, nada anti-ético ou imoral, apenas fora dos padrões e, principalmente.. fora dos MEUS padrões. Não protejo, não gosto, não posso.. eu o faço, involuntariamente.. por ele, o amor.

Sou sem aquele instinto.. esse, feminino.. da proteção. E se o tiver, faço a questão de escondê-lo.

E por outro lado, aproprio-me novamente da fuga, aquela.. tão velha conhecida minha, basta tentarem me fazer de objeto de proteção.. a protegida sua, que fico arisca. Chame de orgulho, de autoproteção.. mas, são meus, sou eu.

4.4.10

- de número 100.

"Sair por aquela porta e conhecer alguém sem precisar procurar no meio da multidão.
Alguém que soubesse se aproximar sem ser invasivo ou que não se esforçasse tanto para parecer interessante.
Alguém de quem eu não quisesse fugir quando a intimidade derrubasse nossas máscaras, que segurasse minha mão e tocasse meu coração.
Que não me prendesse, não me limitasse, não me mudasse, alguém que me roubasse um beijo no meio de uma briga e me tirasse a razão sem que isso me ameaçasse.
Que me dissesse que eu canto mal, que eu falo demais e que risse das vezes em que eu fosse desastrada.
Alguém de quem eu não precisasse.. mas com quem eu quisesse estar sem motivo certo.
Alguém com qualidades e defeitos suportáveis, que não fosse tão bonito e ainda assim eu não conseguisse olhar em outra direção.
Que me encontrasse até quando eu tento desesperadamente me esconder do mundo.
Eu queria sair por aquela porta e conhecer alguém imperfeito
, mas feito pra mim."

E quando nós lemos algo que nos traduz, nós realmente percebemos que não somos os únicos.