10.9.11

- metades (3)

Porque existem momentos em que a minha metamorfose torna-se evidente. Sinto então, tanto saudades como alívio.

Aquela amostra de quem eu fui um dia, certamente ainda mora aqui; não ativamente, mas permanece adormecida. Verdade? Não sinto qualquer desejo de reviver quem eu fui um dia; gosto em quem me transformei. Posso não saber me aceitar vez ou outra, mas entendo-me sempre.

Não sei se entendia-me antes, de fato; lapsos de memória me dizem que não. Talvez por isso existam certas neblinas em minhas lembranças; prova real de uma memória seletiva, capaz de selecionar tanto em coisas positivas quanto negativas, apenas o que é explicável.

"Porque metade de mim é a lembrança do que fui,
A outra metade eu não sei..."