8.9.11

- metades (2)

Porque meus olhos e meus ouvidos abafam minha fala.

Como se tudo o que iria ser dito, passasse diretamente para os meus pensamentos, e lá permanecessem. Onde estes foram criados, seriam também enterrados; como se nunca tivessem conhecido o exterior.
Eu os fabrico, e os isolo; morrem comigo sem nunca ao menos os ter compartilhado.
Meu senso me faz assim, é comandado pela consciência e me faz calar mesmo em plena excitação verbal.
"como se nunca tivesse conhecido o exterior.".. "como.." Ele está aqui, comigo, porque fora instalado pelo exterior; o meio em relação a mim, o meio em relação a alguns, eu mesma em relação a outros mais.

"Porque metade de mim é o que eu ouço
Mas a outra metade é o que calo..."